#pensamentos depressivos
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myplaced · 2 years ago
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Meu quase Su1cíd1o
Terça a noite, dia 09.05, eu tomei 10 comprimidos de carbamazepina, eu queria ter certeza que estaria incapacitada de acordar no dia seguinte, mas não queria morrer, só queria ficar sonolenta. E o efeito foi muito bom, melhor até que o esperado. Fiquei com tontura o dia todo, senti um sono absurdo, e a sensação foi... a melhor do mundo! Eu senti que eu tinha controle do meu corpo, mesmo estando super tonta. Afinal quem me colocou naquele estado fui eu mesmo, e isso é bom.
Na quarta a noite, dia 10.05, eu ainda estava sob efeito do remédio, mas eu quis me certificar que não estaria bem no dia seguinte e tomei acho que 6 comprimidos de um remédio que não sei o nome e 2 loratadina que dá sono e também foi perfeito. Ainda na terça de noite, eu tive um mal-estar e não gostei porque aquilo não foi algo que decidi ter e meu objetivo era permanecer sob o controle.
Na quarta eu passei o dia todo dormindo porque os efeitos ainda estavam muito fortes em mim e eu adorava aquela sensação. Mas eu decidi não tomar mais nenhum remédio porque eu não queria correr o risco de ficar viciada, afinal, eu sou uma doida consciente hahaha.
Quinta, eu senti que o efeito estava passando, e eu estava tão, tão cansada (de viver), que decidi tomar todos os remédios que eu tinha que dava mais de 70 comprimidos. Meu objetivo era: tomar eles de noite, dormir, ai na sexta eu acordava (se eu já não estivesse morta) ligava pro SAMU, contava o que e fiz, ai eles me levariam pra ser internada e eu ia ficar lá no hospital vegetando sem ter que me preocupar com nada, entende? E decidi não tomar mais nenhum remédio porque eu não queria morrer, eu só queria ficar em coma, quietinha, na minha, sabe?
Mas eu sabia que corria o risco de eu não aguentar, ai eu tive a ideia de fazer uma carta pra minha família, afinal, todo suicida precisa deixar uma carta. Quando comecei a escrever eu tava super empolgada porque eu ia ter paz, mas começou a ficar difícil e eu comecei a chorar desesperadamente. O ponto é que eu não queria ter que tomar o remédio de novo, eu estava cansada (da vida) até pra me matar, não sei se faz sentido. Ai eu não sabia mais o que fazer e liguei pro meu psicólogo, e ele me retornou uns 30m depois e ele ficou conversando comigo, eu chorei igual uma desgraçada hahahah, que ódio! E foi isso! Ainda to viva
Ele ligou pra minha mãe (com minha permissão), contou um pouco o que rolava e ela foi pra casa ficar comigo.
Eu cheguei tão perto da morte, vou escrever mais sobre isso, mas eu sempre achei que quando eu decidisse ir de vez seria uma sensação diferente, mas foi tudo completamente aleatório
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thyyss · 1 year ago
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Eu tô viva, mas não sei viver.
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search-for-your-essence · 1 year ago
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10 de janeiro de 2023
Quando se tem dias ruins, o tempo demora a passar.
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rogerbastos · 1 year ago
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Não me julgue
Sentado no sofá, sinto o fogo queimar. Meus sonhos morrendo, minha família chorando, sinto o inferno a cada momento se aproximando. Do meu caixão, vejo lágrimas de pessoas diferentes, que quando vivo vi pouquíssimas vezes.
Em minha lápide, deixei uma mensagem escrita que nunca foi egoísmo, apenas um ato de busca pela felicidade, sem a mínima esperança ou felicidade. Busquei apenas o último raio da alegria no final do meu respiro.
Então, não me julguem pelos meus atos. Minhas lágrimas ninguém viu, minha dor ninguém sentiu.
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fxsilent · 2 years ago
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Não existe loucura, só existe estrago.
- The Wilds.
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lippeziin · 2 years ago
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Conflito...
Minha mente luta pela morte, meu corpo luta pela vida.
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sobrevivenciabipolar · 8 months ago
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Eu a minha outra face, parte 1.
Eu e minha outra face
recôndita no templo de Baco
uma das minhas faces
está mirando na outra com um arco
eu e minha outra face
num laranja néon
minhas duas faces
estão guerreando no armagedom
eu e minha outra face
em carne viva dilacerada
uma das minhas faces
arrastou a outra no meio da estrada
eu e minha outra face
ora negligente, ora protetora
minha face que seria feliz
foi corrompida pela minha genitora
eu e minha outra face
manchada de sangue escuro
já minha face féerica
está implorando por ar puro
eu e minha outra face
com a navalha nas pernas e pulsos
minha outra face bela
estás totalmente sem curso
eu e minha outra face
que se joga do alto do prédio
minha face nesse instante
está na maca a caminho do necrotério
eu e minha outra face
resplandecendo do vendaval
minhas duas faces
estão além do bem e do mal
eu e minha outra face
nadando na clareira da floresta
quando minha outra face descansar
a força da natureza será tudo o que lhe resta
eu e minha outra face
levantando da cama com suor e dor
e neste pesadelo estou abrigado
e não é atoa
as minhas duas faces
estão sempre ateando fogo uma na outra.
Breve explicação:
O poema fala sobre a dicotomia(dualidade) de minha vida, a forma como ciclo de humor, me saboto, sobre minhas lutas internas com os estados opostos de humor (e às vezes misturados)
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xxsolitariox · 8 months ago
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“Você fica em paz, quando entende que qualquer coisa que esteja fora do se controle, deve fica também fora da sua mente.”
Aí está o problema.
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meuemvoce · 6 months ago
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Me chamo Borderline
A dificuldade que temos em abrir os olhos em qualquer manhã da semana é difícil, chegar no fim do dia vivo é o nosso objetivo diário, nossa cabeça não dá trégua em nenhum momento, sempre estamos em conflito interno, lutando conosco para chegarmos em algum lugar. Ao fecharmos os olhos só queremos que o dia passe e o sofrimento vá embora e que os pensamentos fiquem silenciosos e lentos, tem dias que é horrível até para respirar, pensar, fazer alguma coisa ou existir. A constante mudança de humor é como um bicho de sete cabeças, nunca sabemos como iremos estar nos próximos minutos ou nas próximas horas, irritação, estado depressivo, nervosismo, sonolência, desgaste emocional, compulsão alimentar, dor de cabeça, insônia, perda de apetite, fome, estresse, cansaço, preguiça, ambientes cheios incômoda, barulho externo é como uma bateria na nossa cabeça, quando a ansiedade bate temos a tendencia em nos machucarmos de alguma forma, seja com um perfurocortante, arranhar a nossa pele, roer as unhas até sangrar, abrir e fechar feridas e quando está cicatrizando abrimos de novo é um looping infinito, um ciclo que parece não ter fim. A terapia e os remédios são nossos aliados para seguirmos em frente ou ficarmos de pé, mas infelizmente na maioria das vezes elas não são suficientes para matar nossos demônios internos. Há dias que somos apenas uma alma vagando dentro de casa em outros somos a pessoa mais feliz, mas também tem dias que queremos nos fundar em cima de uma cama eternamente, nada te agrada, tudo te incomoda, ficamos irritado com pequenas coisas, perguntas demais é cansativo e basicamente temos que nos tornar um personagem e fingir que nada nos afeta e sabe a nossa personalidade? Muda constantemente, amorosa, carinhosa, sensível, compreensiva, paciente, mas em questão de minutos somos a pessoa ignorante, amarga, mal-amada, mal-humorada, chata, preguiçosa, não suporta pessoas e apenas quer ficar sozinha. Conviver com pessoas que não entendem esse transtorno tem a tendencia de nos deixar mais doentes, elas não entendem como funciona nossas cabeças e os pensamentos que conversam conosco, agimos na impulsividade e não temos consciência do que falamos e do que estamos fazendo e a memória fica ruim e não lembramos de coisas simples. Sabe os pensamentos? Ele conversa, fala, grita e comanda para fazermos besteira, nossa imagem no espelho não é das melhores e não gostamos do que vemos através dele, não temos o controle da nossa própria mente e quando menos esperamos o surto vem e caímos em um buraco sem fundo. Conviver com esse caos não é fácil é desafiador, um leão para matar por dia ou a selva inteira, ignorar palavras ofensivas de quem não faz parte desse mundo é como engolir no seco, então se não for para ajudar, não atrapalhe, não piore, nos poupe e se retire.
Elle Alber
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myplaced · 2 years ago
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Às vezes o vazio da tristeza fala no meu ouvido "porque não me deixa entrar? Vamos! Nós eramos tão felizes juntos! Não se lembra? Dos nossos bons momentos?" e às vezes eu realmente quero deixar ela entrar, e tomar conta de mim.
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psivanessamaia · 8 months ago
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Quais são os pensamentos mais comuns em quadros depressivos?
A depressão pode causar uma variedade de pensamentos negativos e distorcidos que contribuem para a sensação de desesperança e desamparo. Alguns dos pensamentos mais comuns associados à depressão são:
Pensamentos de desesperança: Sentimentos de que as coisas nunca vão melhorar ou que não há esperança para o futuro.
Pensamentos de inutilidade: Sentir-se sem valor, inadequado ou como um fardo para os outros.
Pensamentos autodepreciativos: Críticas constantes a si mesmo, pensamentos negativos sobre suas habilidades, aparência ou personalidade.
Pensamentos de culpa: Sentir-se responsável por coisas que estão além do seu controle ou por eventos do passado.
Pensamentos de autodestruição: Pensamentos sobre machucar a si mesmo, autolesão ou suicídio.
Pensamentos negativos distorcidos: Interpretar situações de uma maneira negativa ou distorcida, ver apenas o lado ruim das coisas e ignorar as coisas positivas.
Pensamentos de isolamento: Sentir-se sozinho, desconectado dos outros ou como se ninguém se importasse com você.
Pensamentos de exaustão: Sentir-se constantemente cansado, sem energia ou motivação para fazer qualquer coisa.
Pensamentos de evitação: Evitar atividades ou situações que costumavam trazer prazer, devido à falta de interesse ou à sensação de que nada importa mais.
Esses pensamentos podem ser persistentes e difíceis de controlar para alguém que está lutando contra a depressão. Por isso é importante reconhecer e procurar ajuda profissional.
Você não precisa enfrentar nada sozinho.
Gostou do Post? Deixe seu like para eu saber PSI Vanessa Maia Insta: @psi.vanessamaia Atendimento em todo Brasil 🌍 WhatsApp (71) 993995272
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talkmeforme · 2 days ago
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Esse ano passei por tantas coisas, que quando paro pra pensar, me sinto tão lisonjeada por ter Deus.
Passei por uma tentativa de suicídio e quase fui internada. Tive episódios depressivos por 5 meses, aqueles episódios de ter que tomar remédios literalmente controlados.
Mas também foi um ano em que Deus realizou muitas orações que eu fiz a anos atrás.
Minha sexualidade foi aceita pela minha família e consequentemente meus pais viraram meus melhores amigos. Eu estou com uma clientela de clientes maravilhosa, agenda lotada todo final de semana, comecei a trabalhar no que eu realmente gosto e descobri a profissão que eu realmente quero seguir. Passei em uma prova que eu orei tanto pra passar. Conheci pessoas tão boas, que me seguraram sempre que eu caia
Perdi amigos, mas ganhei amigos incríveis. Perdi amores, mas em troca, tenho amigos incríveis que saem do trabalho direto pra me ver porque sabem que eu estou mal.
Eu perdi tantas coisas, tantas e tantas, eu chorei tanto, eu entrei no fundo do poço várias e várias vezes. Me perdi, em tudo. Mas me achei.
Perdi coisas pra ganhar coisas incríveis.
Me tornei uma pessoa totalmente diferente, com pensamentos diferentes.
Eu posso dizer que esse ano, foi um dos melhores e mais desafiadores da minha vida.
E é tão bom ver que eu consegui
E que hoje, eu vivo um sonho que orei tanto.
E é apenas o começo, e é isso que me motiva acordar amanhã.
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krasivydevora · 10 months ago
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CAN YOU FEEL MY HEART? (POV 01)
Conteúdo do texto: episódio depressivo, menção rápida a sangue, menção a uso de substâncias entorpecentes, mutilação (acidental) e problemas familiares. Menção a @maximeloi e @mortimersage, e @samquebrabarraco com @svmmcrrxin
Já fazia algum tempo que Devora se encontrava ali, diante do altar da mãe, pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo. Terminava de ajeitar os vasos de flores pomposas e a cesta de frutas que em breve congelaria naquele frio de temperaturas negativas (ainda que sem neve devido às barreiras do Acampamento), bem como a pequena escultura em argila que havia feito, à mão, do busto da deusa, com toda a delicadeza que poucas pessoas no mundo sabiam que ela possuía, refletindo sobre a real motivação de estar ali poucos instantes antes de partir daquele espaço. Quer dizer... Os deuses não se manifestavam como antigamente. Tudo parecia mais nublado do que realmente estava e a sensação de desamparo era gritante. Por que ela continuava tendo fé em algo, ou em alguém, mesmo sem ouvi-la assegurar sua presença já há algum tempo?
"Não faço ideia do porquê 'tô fazendo isso." Confessou baixinho, terminando de encaixar a pequena produção de argila entre os vasos dispostos, agora começando a lustrar as taças de cristal que havia levado consigo para que compusessem a produção. Mesmo com tanta revolta dentre outros sentimentos negativos em seu interior, continuava ali, tentando tratar a conexão que restava dela com sua mãe, com o maior esmero possível.
Por mais que isso também lhe causasse alguma dor emocional também: quem visse de fora, em outro ângulo, repararia como as bochechas de Devora estavam vermelhas e seus olhos pareciam brilhar mais do que o habitual, justamente por estarem cheios de lágrimas. Outra característica bastante marcante da russa, que, apesar de todos os pesares, ainda era uma pessoa sensível e emotiva até demais.
"Nem você e nem meu pai estão aqui, pra variar. De vez em quando nem parece que eu sou filha de vocês." Prosseguiu, crispando os lábios por alguns instantes, antes de respirar o mais fundo possível e decidir dar alguma vazão aos pensamentos que a consumiam. "Sabia que ele conheceu uma mulher nova? Kadja. Uma atriz da novela principal agora, ou qualquer coisa assim." Deu de ombros, realmente pouco engajada no que Mikhail andava fazendo de sua vida pessoal; amava o pai mesmo com todos os detalhes negativos entre eles, a começar pela negligência do mesmo em se tratando do suporte emocional e familiar a Devora, mas não sentia que havia uma preocupação mútua do que ela fazia da vida, como ela se preocupava com o que ele estaria fazendo; ou se estaria bem. O cantor, inclusive, já havia chegado a confessar à filha que isso se dava ao fato dela parecer forte demais. O que talvez significasse que ela não inspirava cuidados. "Da última vez que o vi, ele disse que queria ter filhos. Eu só consegui ignorar." Riu baixo, percebendo-se sem humor algum enquanto os olhos marejados começavam a anunciar a iminência do dilúvio: as lágrimas começavam a escorrer agora, silenciosas, demarcando a pele alva e fina do rosto de Devora, que se encontrava baixo porque ela continuava lustrando as taças. "Ele sempre fala como se eu não existisse. E tá tudo bem. Porque nem eu me vejo existindo." Concluiu, com a voz trêmula, ainda em tom baixo, como se estivesse envergonhada daquela constatação. Pegava-se pensando naquele tipo de coisa com frequência, mas era difícil aceitar os próprios pensamentos intrusivos simplesmente por uma questão de orgulho.
E de sobrevivência também, por que não? Devora era um oceano próprio de tantas frustrações, impulsividade e provocações. O combo perfeito para torná-la uma granada ambulante, ou uma submetralhadora incontrolável, bastando um acionar de gatilho ou remover de pino. Se ainda inventasse de pensar demais naquelas coisas todas ao longo de seu dia a dia no Acampamento, provavelmente enlouqueceria de vez. Era melhor não. Só de vez em quando já estaria de ótimo tamanho!
"E você também não fica muito atrás." Acrescentou, posicionando uma das taças finalizadas ao lado das rosas. O cristal sendo levemente anuviado pelo ar gelado ao redor, que, em nada, incomodava Devora. Muito pelo contrário: trazia-lhe algum conforto ao adornar sua pele e fazê-la se sentir minimamente viva por estar sentindo algo além da sensação entorpecida do dia a dia, em muito devido às substâncias que usava sem o menor discernimento. "Seus filhos estão com problemas. O Elói não tem mais o mesmo brilho no olhar, sabia? Sei lá. Deve ter sido o lance com a Sage. Ela era uma boa menina e você poderia ter olhado pelo amor dos dois." Pontuou, numa fala que se encerrou com um rosnado de frustração, até perceber que sua situação não era muito diferente. "Por mim também, porque, francamente. Que deusa do amor é essa que faz a própria filha passar vergonha gostando de uma pessoa pior que a outra?"
Coisa que a fez, subitamente, lançar a taça remanescente, que ainda estava em sua posse, contra o totem de mármore à sua frente. Os cristais imediatamente se partiram, com estilhaços esvoaçando, chegando a atingir parte da lateral da bochecha de Devora. Nada tão sério, já que ela ainda tinha a consciência de que deveria reunir os cacos, ainda que não fossem tantos, para levá-los embora dali. E foi nesse ato, que ela sentiu o corte também raso, mas ainda ardido, em uma de suas mãos. O que alimentou sua frustração ainda mais: Afrodite não estava falando com ela, mas era ótima em mandar recados. Em fazê-la querer se arrepender de tê-la ofendido de alguma forma?
"Incrível." Tornou a rir baixo, entretida com sua própria desgraça, enquanto alisava a parte machucada da mão, ainda sem se mover da posição em que se encontrava: ajoelhada e com a cabeça baixa, sem ser muito mais capaz de encarar o busto de Afrodite após aquele rompante de raiva. "Você me faz ter vergonha de ser sua filha mesmo quando não diz ou não faz nada." Continuou, ao mesmo tempo em que sentia as lágrimas vindo à tona com mais força. Havia tanta coisa se passando pela mente de Devora, e já há tanto tempo, que ficava difícil não acabar verbalizando em seus rompantes de raiva como aquele. "Por que diabos eu tô aqui se é pra passar por tudo isso? Eu não sei lutar, não vou ser útil pra você e pra sua turma de deuses sádicos. Foi pela minha cura que você me colocou no mundo? Eu sirvo pra alguma coisa além disso?!" Indagou, ainda que completamente ciente de que não haveria uma resposta.
Até por isso, é que Devora voltou a se desesperar. Entretanto, não demonstrando raiva agora: apenas uma mágoa tão grande que, por longos minutos, ela não conseguiu fazer muita coisa além de chorar. E soluçar. Incomodada com a pontada da dor do corte em sua mão, e agora com a brisa fria passando por sua nuca; com a textura do solo abaixo de si; com o cheiro das rosas que ela mesma havia cultivado e colhido para providenciar aquela oferenda. Dentre tantos outros elementos mais.
Até o momento em que desistiu da posição ajoelhada e se colocou prostrada; o tronco lançado para frente, com os braços suntuosos contra o chão, o rosto escondido entre eles, como numa alegoria cruel e péssima sobre a forma como se sentia agora. Envergonhada, para dizer o mínimo. E tão desnorteada que sequer se importava com a sensação dos outros estilhaços da taça abaixo de si, contra sua carne; a situação com Sam já havia colocado seu físico e seus nervos à prova, bem como o enredo envolvendo Rain e seus sentimentos. Nada mais parecia ser capaz de abalá-la, se não ela própria e os fantasmas de sua mente insegura e incapaz de enxergar nela algum valor ou importância considerável.
"Por favor, me responde. Eu preciso de você, mãe."
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miumiudolls · 6 months ago
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Faz de conta que é 2014
Pelas redes socias vemos que a geração atual anda consumindo e tentando recriar a estética e as tendências presentes no início de 2010 e disseminadas no Tumblr, por quê isso está acontecendo?
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(Foto: Autor desconhecido/Pinterest)
No meio dos anos 2010, a rede social Tumblr, plataforma de blogging que permite aos usuários publicarem textos, imagens, vídeo, links, citações, e áudio, alcança sua maior popularidade. Lá era o lugar onde adolescentes que se sentiam diferentes dos demais, costumavam ir para se conectar com outros jovens passando por problemas parecidos.
Jaquetas jeans, calças pretas “skinny” rasgadas e camisetas de bandas, eram o uniforme dos jovens presentes no Tumblr. O modelo e influenciador digital, Lucas Pegoraro, também conhecido pelo seu nome de usuário nas redes @sugarrluck, revela que o Tumblr aflorou sua criatividade na hora de se vestir e impactou demais sua relação com a moda. As meninas, também usavam coroas de flores, mini saias xadrez e podiam ser encontradas em suas mãos letras de músicas tristes de artistas influentes na rede, como: Artic Monkeys, Lana Del Rey, Marina and the Diamonds, The XX, Lorde, The 1975 e Sky Ferreira. O gênero musical indie pop, teve grande influência no estilo dos adolescentes presentes no Tumblr e na estética soft grunge – mais do que um estética visual e sonora – influenciava jovens a falarem abertamente de maneira melancólica sobre sua depressão e seus pensamentos suicidas.
Os usuários costumavam a publicar letras de músicas, imagens e até relatos sobre suas vidas que faziam uma certa romantização do transtorno depressivo. O Tumblr era obcecado pela estética da “garota triste”, consiste em jovens mulheres deprimidas ou à beira da loucura, que possuem comportamentos autodestrutivos – faziam uso de drogas, álcool e cigarros. Ela também está presente no mundo musical. Em 2014, a cantora Lana Del Rey, lançou seu terceiro álbum de estúdio chamado “Ultraviolence”, presente nesse álbum estava a canção “Sad Girl”, que como a cantora colocou em entrevista para a Genius “a faixa é sobre ainda ser uma garota triste, que há coisas que estão fora de seu controle e também é sobre ela fazer coisas que quer, ao invés do que deveria fazer”. Lana, que ganhou popularidade graças ao Tumblr em 2012, é uma artista que transforma suas tristezas em músicas, que acabam ressoando com muitas pessoas, especialmente com essas jovens. Ela canta como se a depressão fosse algo que ela aproveitasse de alguma forma. O que influencia meninas, para o bem ou mal, a reformular como elas veem a depressão, vendo como algo que não é debilitante e sim algo artístico ou necessário. Até hoje, podemos ver essa estética presente no estilo e comportamento de jovens mulheres e recém adultas. Em 2023, usuários da rede social TikTok, criaram o termo “bed rotting”, algo que muitos costumavam chamar de procrastinação, foi batizada pela geração Z como “apodrecimento na cama”, que consiste em ficar horas após acordar, deitado na cama mexendo no celular, ouvindo música, vendo filmes ou até lendo. Esse comportamento pode piorar sintomas de ansiedade e depressão e a “garota triste”- ainda presente nos dias atuais- tem também esse tempo para ficar deitada na cama não fazendo nada de produtivo. O conceito da “garota triste”, não é novo. Ao longo da história e da literatura, já foi muito explorado por autores como Shakespeare, Sylvia Plath e Virginia Wolf.
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Lana Del Rey posa em frente a bandeira dos Estados Unidos (Foto: Getty Images)
A escritora Pip Finkemeyer, escreveu um artigo para a Harper´s Baazar, com o título que faz analogia a música “Sad Girl” da Lana Del Rey, “Garotas tristes, garotas loucas, garotas más: A evolução da tropa literária”, no qual ela discorre sobre o ganho de popularidade de livros com protagonista femininas depressivas e problemáticas. Ela diz que essa personagem é geralmente branca, privilegiada – para que ela tenha tempo de “apodrecer na cama” - e pertence a geração millenium – que foi a geração mais presente durante o pico do Tumblr. Nesse artigo, ela diz a frase “A internet está cheia de pessoas expressando ou performando uma tristeza, não literal, mas sim uma estética dela, para ser trocada por simpatia e identificação”. No Tumblr, foi popularizado por essas comunidades, o compartilhamento de sintomas psicológicos, diagnósticos e a exposição de familiares e amigos que queriam ajudar essas pessoas a melhorar mentalmente, eles que ninguém mais os entendia, então, muitas pessoas que não possuem depressão mas são extremamente impressionáveis, ao serem expostas a esse tipo postagens de pessoas romantizando transtornos mentais, elas podem sentir que para ser interessantes elas precisam ter algum tipo de transtorno mental, já que todos estavam se conectando pelos seus problemas. Além de pessoas que sofriam de problemas psicológicos, poderiam sentir que a depressão era o que tornava elas interessantes.
O influencer Lucas Pegoraro, diz que já caiu em perfis de jovens meninas que praticavam automutilação e compartilhando mensagens negativas. “Era uma coisa muito glamourizada, uma coisa maluca!” diz. Ele sentia que pela quantidade que ele consumia daquelas postagen, aquilo começaram a afetá-lo. “Ser triste era um glamour”. Hoje, Lucas nos diz que olha para isso e vê a problemática.
A volta do Tumblr
Hoje, uma das redes sociais mais usadas pelos jovens é o TikTok, onde são compartilhados vídeos curtos. O aplicativo tem tanta influência na geração atual, que chega a popularizam as tendências de moda e comportamento. Nessa rede, a hashtag “2014 Tumblr”, tem mais de 126 milhões de visualizações, provando que a fascinação por essa era está crescendo novamente, mas por quê?
A nostalgia é um sentimento melancólico que aparece quando relembramos experiencias passadas que nos são significativas. Quando passamos por grandes mudanças na vida, sentimentos de tristeza tendem a ser gerados ao lembrar-se de quando tudo era mais simples e com menos desafios. Então, esse sentimento de nostalgia se apresenta quando queremos de volta o período das nossas vidas em que tínhamos menos preocupações, suporte emocional e que a diversão ainda era inocente. Existe um fenômeno psicológico chamado de viés de efeito de desvanecimento, em inglês chamado de “Fading Affect Bias” (FAB), que consiste em nosso cérebro enxergar as memórias adquiridas ao longo da nossa trajetória com um filtro e escolhermos o que guardar de determinadas experiências, isso acontece por conta do fardo de termos de carregar nosso passado conosco, mesmo ele possuindo eventos tristes e doloridos, e isso seria insuportável se essas memórias doessem tanto quanto a experiência em si.
Existia uma teoria de que tendências de moda costumam voltar após de 10 anos de seu pico, o que costumava acontecer a cada 20 anos, mas devido ao consumo da sociedade andar tão acelerado, isso está inclinado a diminuir cada vez mais. Essa teoria é comprovada ao abrir o Instagram e se deparar com uma postagem da cantora e uma das maiores influenciadoras do TikTok, Addison Rae, segurando um IPhone 5 – celular de desejo no início da década passada - em frente ao espelho e aplicado um efeito muito popular durante os primeiros anos da criação da rede.
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Influenciadora Addison Rae em frente ao espelho com seu novo Iphone 5 (Foto: Addison Rae/Instagram)
“Eu super estou voltando a consumir esse conteúdo, inclusive até entro no Tumblr para pegar umas referências, também para fugir um pouco dessa bolha da internet que está tudo a mesma e nada muda” diz o influenciador Lucas Pegoraro a respeito da reascensão da estética presente na rede social.
Toda essa comoção da Geração Z mais velha e dos Millenials mais novos, se torna uma espécie de paradoxo curioso: apesar da volta da estética associada ao Tumblr, a rede em si não teve o crescimento correspondente, talvez por conta da sua interface não ser tão dinâmica e sua funcionalidade não ter avançado ao longo dos anos. A plataforma teve uma decaída significativa de usuários em 2018, após a implementação de uma política rigorosa de conteúdo adulto, fazendo com que esses que estavam lá por conta do conteúdo livre e variado, migrassem para novas redes.
De qualquer forma, as tendências dissipadas no TikTok duram pouco e aparecem novas delas todos os dias. Então, tudo leva a acreditar que essa é só mais uma, passageira como as outras.
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miniminiujb · 1 year ago
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Entãooooo, faz um tempo que tive uma ideia para Berserk ksjs
E se o Griffith tivesse um irmão gêmeo? Eles tem uma relação muito fofa de irmãos, sempre se ajudam, não importa a situação (acho que vc já sabe onde eu quero chegar), e aí o irmão gêmeo do Griffith assumiria a culpa pelo oq o Griffith fez, passando por tudo que o Griffith passou.
Nesse caso, o b/n seria seria irmao do Griffith e assumiria a culpa por ele (cruel, eu sei). Na minha cabeça, o b/n teria como ler mentes e falar na cabeça das pessoas (seria assim que ele se comunicaria dps de perder a capacidade de falar), mas acho que seria mais legal se ele e o Griffith tivessem uma linguagem própria pra se comunicarem entre si.
Enfim, pode fazer um imagine assim? 🥺
A comunicação deles fica a seu critério skjs
Obrigada desde já! <3
Última Esperança
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Sua respiração engatou, seus olhos se arregalaram quando diversos guardas do castelo circularam sua figura, lanças e espadas em volta do seu pescoço. Gritos estridentes saíam dos lábios dos soldados. Sendo levado para uma masmorra, onde foi amarrado, você não entedia o motivo daquilo, mas quando o rei passou pela a porta da sala em questão. Seus se apertaram levemente, tentando enxergar o que ele estava carregando nas mãos , seus olhos focaram na escuridão da sala, um chicote era carregado. Não demorou muito para aquele chicote ser colidido na sua pele. Gritos histérico saiam da boca dele, acusações de arruinar a pureza da filha dele. Na hora que aquelas palavras saíram dos lábios do rei, você sabia que o responsável era o seu irmão mais novo, Griffith. Se mantendo calado e aguentando as torturas cotidianas.
Seu corpo estava desnutrido, jogado em um canto da sala de tortura. Você já não sabia quanto tempo estava naquela masmorra, suas esperanças de sair com vida já estavam acabando. Sua cabeça era apertada com força, por conta do capacete de metal que você foi obrigado a usar. Seu corpo já não funcionava mais, seus tendões foram costados todos os dias, para que você não pudesse escapar.
Seus olhos sem esperança, observava a sala ao redor. Fechando lentamente os olhos, respirando profundamente, memórias percorriam sua mente, memórias que você não sabia se era invenção de sua mente ou não. Você questionou por muito tempo, se o Griffith não tinha armado para você, mas esse questionamento era logo esquecido. Você e o Griffith tiveram uma ótima ligação, vocês eram a única família que um e o outro tinha. Aprenderam a se comunicar com apenas um olhar.
Seus pensamentos depressivos foram interrompidos por um barulho de porta se abrindo, sua mente não conseguia prestar atenção nas vozes chamando por você, até que seu corpo foi erguido delicadamente para cima, seus olhos abrindo levemente, turvos e fracos. Sua visão focou em seu irmão, a mão delicadamente colocado sobre a capacete.
Você olhou dentro dos olhos do seu irmão, olhos que diziam muito.
"Estava perdendo as esperanças...", Você dizia através do olhar.
"Estou aqui por você, você está seguro agora" Griffith respondeu através dos olhos azuis.
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olympestael · 1 year ago
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𝒘𝒉𝒆𝒓𝒆 𝒊 𝒘𝒂𝒍𝒌, 𝒚𝒐𝒖 𝒄𝒂𝒏'𝒕 𝒇𝒐𝒍𝒍𝒐𝒘
trigger warning: pensamentos depressivos, cemitério, menção de morte de familiar
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Enquanto crescia, Olympe sempre se afeiçoou por lírios brancos. 
Não havia realmente uma razão por trás do gosto, como por muitos outros. Achava que eram flores elegantes, de certa forma: delicadas o suficiente, mas não frágeis, e que combinavam com qualquer cenário. Havia algo em seu formato também que parecia apenas fazer sentido para sua mente infantil, inocente demais para compreender seu verdadeiro significado.
Agora, com um singelo buquê em suas mãos, descobria que odiava lírios brancos. 
Sua lenta caminhada chegou ao fim abruptamente ao avistar a pedra que demarcava o túmulo de seu pai, sentindo o ar faltar-lhe aos pulmões e os olhos arderem de forma imediata. Talvez não devesse fazer isso sozinha. Mas tinha alguma forma de passar por aquilo, senão sozinha? Se nem mesmo ela era capaz de discernir o turbilhão de emoções dentro de seu peito, como outra pessoa compreenderia o que estava passando naquele momento?
Ainda assim, fitou por cima do ombro como se esperasse surgir alguma companhia ao seu lado para tornar o momento mais suportável, magicamente. 
Nada aconteceu, como esperado. Olympe forçou algum oxigênio em seus pulmões, contra seu ardor, antes de terminar a distância até seu destino final. Odiava pensar em como toda a história da pessoa que mais amava se resumia, agora, à existência de uma lápide de pedra fria e que seria apagada com o tempo. Assim como seu pai… E ela, um dia.  Toda sua família.
Ajoelhou para colocar as flores sobre a grama e, enquanto tentava encontrar uma forma de começar a dizer tudo o que corroía seu interior havia meses, seu olhar capturou o nome “Auguste” cravado em rocha. No segundo seguinte, sentiu como se alguém tivesse aberto as comportas de uma barragem que não lembrava de ter construído, as lágrimas inundando seu rosto com a mesma violência de um verdadeiro fenômeno da natureza. 
“Pai…” Arfou em algum momento, sentindo-se subitamente com quatro anos de idade quando deixou seu quarto correndo em meio à uma tempestade, apavorada, mesmo após insistir que era grande o suficiente para dormir sozinha. O esforço de produzir algum som ia de encontro ao de manter ar em seus pulmões e Olympe se pegou engasgando, sufocando em sua própria indecisão. “Eu não sei se consigo fazer isso sem você.” A admissão veio algum tempo depois, não sabia se segundos ou horas, trazendo consigo uma nova onda de lágrimas que há muito deveriam ter sido derramadas. Sua têmpora pulsava com o esforço de manter-se o mais silenciosa possível, ainda que soubesse que não perturbaria ninguém além dos mortos, os quais já não tinham como expor seus desejos naquele plano. 
“Já tem meses desde que…” Não conseguiu se forçar a dizer aquelas palavras, mordendo o lábio inferior com a força necessária para perfurá-lo no lugar. “E eu sinto que enterrei nós dois naquele dia.” O peso do enunciado foi o suficiente para que desequilibrasse, tombando para trás. Por alguns instantes, apenas encarou o nome que decorava a pedra cinza e sem vida, dando-lhe valor o suficiente para que se distinguisse de todas as outras ao redor, ao menos para a mulher. Trouxe os joelhos para perto, se abraçando em busca do conforto e familiaridade que sabia que não encontraria em nenhum outro lugar pelo resto de sua vida. Tremendo, tentou respirar novamente, esfregando as bochechas para se livrar do restante das lágrimas. 
“Eu sei que não é isso que você esperava ouvir… Sei que espera que eu siga com minha vida e seja feliz em nome de nós dois. E eu prometo que estou tentando.” Engoliu em seco, sentindo o corpo inteiro estremecer. Não sabia se era por frio, afinal, talvez não tivesse se vestido tão adequadamente quanto deveria para aquela época do ano. Não sabia se por fome, já que não recordava qual sua última refeição nos últimos dias. Imaginava que não era nenhuma dessas razões, mas uma terceira, muito mais ligada ao seu íntimo: era a primeira vez em meses, senão anos, que estava sendo completamente honesta com a forma com a qual se sentia. “É só que… Tem acontecido muita coisa desde que você se foi e eu nunca me senti tão… Perdida. Sozinha.” Riu sem humor, encolhendo-se ainda mais em uma bola. “Eu sei que não estou sozinha, racionalmente. Tio Alphonse se ofereceu para que eu me mudasse com eles, sabia? Vão para a Áustria em breve. Disse que não tem mais vínculo suficiente com a França para que continuem aqui… Tirando eu, eu acho. E eu ponderei, até, mas…”
“Tem algo que eu queria ter te contado enquanto estava aqui. Deveria ter contato, talvez você até imaginasse. Eu só achei que teríamos mais tempo…” Sussurrou a última parte, sentindo os olhos queimarem novamente. Dessa vez, porém, não permitiu que novas lágrimas brotassem nas extremidades de seus olhos, piscando-os repetidamente para se livrar da sensação. “Eu e a Tony… Finalmente ficamos juntas, depois do Halloween do ano passado. É irônico porque eu acho que talvez você tivesse tentado me avisar sobre meus próprios sentimentos muitas vezes enquanto éramos adolescentes e eu deveria ter ouvido… Gastei anos em preocupações que eu não deveria ter tido, mas que agora eu preciso ter e não sei se consigo.” Recostou contra a lápide em busca de apoio e de se tornar mais próxima de seu pai de alguma forma, por mais mórbido que poderia parecer para qualquer espectador da cena. “Decidiram que o melhor para a França seria uma Seleção para a futura esposa de Tony… Para que seja coroada agora que seu pai faleceu.” Pausou para limpar os olhos novamente, inspirando fundo em busca de forças para todo o restante do percurso. “Imagino que estejam juntos, onde quer que estejam. Espero que sim, assim se fazem companhia. Talvez ainda saibam melhor da situação do que nós duas, mas-” Engoliu em seco, duvidando de sua própria capacidade de continuar o assunto, mesmo que precisasse desesperadamente tirar seus medos e inseguranças de seu tórax, antes que crescessem e tomassem todo o seu ser de uma vez por todas, não deixando nenhum traço de Olympe para trás para ser relembrado.
“Eu sei que é o dever dela, enquanto princesa. Eu entendo o porquê da rainha Anne trazer esse plano à tona como foi, ainda mais com tudo que está acontecendo… Eu relembrei Tony da importância, algumas vezes. E o motivo de eu ter ficado, mesmo que não tenha nada que me prenda ao castelo mais, é exatamente porque não quero que ela passe por isso sozinha. E não quero existir sem ela.” Ergueu o olhar para o céu, deixando que a admissão se assentasse no próprio peito, enraizando ali como um lembrete das razões pelas quais deveria prosseguir. “Eu prometi que iria sair se acabasse se tornando demais… Mas a verdade é que eu não sei se consigo, pai. Não sei se consigo sair e também não sei se consigo suportar o que ainda está por vir. Eu só… Estou cansada, com medo e sozinha.” Novamente, lágrimas começavam a despontar no canto de seus olhos e Olympe não as impediu. “Eu sei que tenho Gabrielle, André, o senhor e senhora Trintignat, e alguns funcionários do castelo… E até mesmo algumas selecionadas parecem me achar ok. Mas é diferente, pai. Ninguém sentiria minha falta sem você aqui. E eu não posso cobrar de Tony o que eu sei que ela não tem como me dar, por mais que eu queira. Eu só queria ser suficiente em algum cenário. Não sei, se eu fosse mais, talvez não estivéssemos nessa situação. Se eu tivesse outro sobrenome ou tivesse nascido em outras circunstâncias… Ou mesmo se tivesse algum dom útil…” Engoliu em seco, mordendo o lábio inferior, já machucado, para impedir que mais palavras desenfreadas deixassem sua garganta. “Não sei, acho que estou sendo injusta. Não leve à sério o que eu disse...” Forçou uma risada amarga para fora de seu tórax, passando o dedo por cima do corte em seu lábio na tentativa da dor se tornar uma âncora mais efetiva para sua mente na realidade. 
“Eu só… Sinto sua falta. Queria que estivesse aqui e me desse conselhos sobre como eu deveria agir, nem que fosse rindo da minha cara e dizendo que eu me preocupo demais, como fazia antes. Ou comentando como eu tenho uma alma antiga, mais do que a sua. Não tem um dia que eu não espere acordar e te encontrar tomando café na cozinha, ou brincando com os cavalos nos estábulos… Eu ainda te procuro nos cantos, como se fosse tentar me surpreender a qualquer momento só para me ver irritada depois.” Percorreu a lápide com uma de suas mãos, traçando seus detalhes da forma mais suave que conseguia, como se temesse que fosse desaparecer e levar consigo o último resquício de seu pai. Reunindo mais coragem do que tinha, mais força do que seu corpo enfraquecido pela fome e pelo frio deveria ter naquele momento, ergueu-se do chão. “Feliz aniversário para mim, pai. Talvez os próximos passemos juntos novamente.”
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